sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Vivência Jornalística - Uma noite de espetáculo no Frei Epifánio

No fim da tarde, uma massa de pessoas começa a se deslocar todas numa única direção, várias pessoas com trajes que as deixam bem a vontade, muitas caracterizadas por vestirem algo com o destaque da cor vermelha unida ao branco, todas ansiosas para verem um evento esportivo, mais especificamente uma partida de futebol, sendo ainda mais específico, um jogo do "Cavalo de Aço", o time que representa a cidade de Imperatriz que no seu nome original se denomina Sociedade Imperatriz de Desportos na sua famosa casa, o estádio Frei Epifánio da Abadia.
Fora dele, concentrações de filas, tanto para comprar ingresso, tanto para entrar de vez no estádio, com vários cambistas no cenário tentando descolar uma grana boa, ouvem-se incessantemente o diálogo, "Vai um ingresso?", que na maioria das vezes e respondida com um imediato, "Não já tenho o meu". Já dentro do Frei Epifánio a primeira preocupação de todos, é de encontrar o melhor lugar para assistir a partida, quem costuma ir constantemente já tem seu lugar pré-definido, a partir daí é só acomodar-se nas cadeiras azuis que oferecem um espaço bem tímido, uma pessoa mais gordinha por exemplo, tem que tomar o espaço de duas delas para assim finalmente se acomodar.
Brisas quase imperceptíveis encaixam-se à uma sensação de abafamento. Pouco antes do inicio, algumas pessoas observam o movimento do ambiente, outras batem um papo, enquanto outras circulam ainda procurando seu espaço ideal.
Com o inicio do jogo o frisson aumenta nitidamente, acompanhado do barulho da incontestável e já conhecida charanga. No decorrer da partida o frisson muda a partir das ações em campo, quando o time da casa sofre perigo, o silêncio e consequentemente comentários sobre quem errou no lance são logo percebidos, nessas horas não faltam insultos e palavrões, já no instante em que ocorre uma chance desperdiçada, logo se escuta um "Uuuhhhhhhhh" da torcida que só tem a lamentar e a cornetar a falta de precisão em muita das vezes.
Agora quando saí o esperado gol, um barulho ensurdecedor toma conta não só do estádio, mais sim de toda a localidade próxima a ele, num raio bem extenso por conta da explosão de gritos que é ensurdecedora. No mesmo momento a estrutura treme levemente, por razão de saltos contínuos, como se todos ali estivessem enlouquecidos, e de fato estão por conta da alegria e satisfação do objetivo alcançado pelo o time.
Durante o intervalo pessoas se deslocam para fazer um lanche rápido ou permanecerem nos seus lugares, comentando o jogo e assuntos do cotidiano, mas ainda há aquelas que permanecem quietas, pensando em sei lá o que.
Ao começar o segundo tempo, é interessante alguns pitacos como "Que #$@, o Rubens poderia ter tocado do outro lado que o cara entrava livre", " Chuta no gol direito, @$#", até parece que se eles fariam algo melhor se estivessem lá dentro, outras falas expressam bem o espírito da coisa como "juiz ladrão", " esse goleiro é frangueiro demais", entre várias outras.
As coisas vão se desenrolando em campo, jogadores exaustos, até que o juiz apita pela última vez no dia, com isso todos se retiram felizes pela vitória de seu time. O estádio vai esvaziando aos poucos, as ruas são tomadas pelas pessoas que voltam para casa, ou vão só começar a noite. E por fim o palco das emoções é tomado pela normalidade e pelo silêncio e as luzes dos refletores se apagam.